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domingo, 9 de maio de 2010

O TUCUMÃ

            As águas nervosas desciam o desfiladeiro rumo as cabeceiras do rio quase morto após o longo período de estiagem na região.
            Eu tinha completado dezoito anos e começara a experiência da vida adulta junto ao meu povo tão sofrido.
            Meus irmãos, tios e pais se foram, restava-me ainda a vontade da sobrevida, sem direito a nada.
            Mas, estou aqui e aqui é o meu lugar.
            Ainda tenho o povo da minha aldeia e isto me basta para seguir adiante sem ressentimento do passado crual.
            Os mais antigos diziam em suas histórias que quando Tucumã voltasse das trevas passaria sete anos com fartura, adtravés das suas águas claras.
            O nosso povo deveria sacrificar o único filho que restasse de uma raça em agradecimento ao Deus Tupã.
            E logo que as águas assentaram-se na terra e no fundo dos rios, a promessa foi cumprida, por sete dias e sete noites em rituais quase intermináveis.
            Eu vivia de pescar e também da caça em abunduncia, jamais vista na minha infância.
            Turibi, filho de Tecauli, tinha a minha idade e me acompanhava, chegando a passar dias e noites embrenhados na mata extensa em busca de alimentação.
            Tres anos se passaram até que a sua irmã Mucurã chegasse a fase adulta.
            Mucurã era uma mulher linda. Seus cabelos traziam o brilho do Des sol. Seus
olhos pareciam duas jaboticabas viçosas. Lábios carnudos e avermelhados que pareciam mais, mangas rosas esbugalhadas ao caírem das alturas.
            Os seios firmes e pontudos deixava-me com a boca molhada de excessiva saliva, escorrendo pelo canto da mesma, feito a cachoeira Tupitã.
            Mucurã dirigiu o seu olhar voraz em minha direção, deixando-me em extase.
            Disse ela ao seu pai, com o dedo indicador em minha direção: é ele, repetiu
insistentemente a flôr de miara.
            Tecauli, o grande chefe, pediu que me levantasse e chegasse até eles. Assim foi feito.
            Tecauli pegou a minha mão molhada pelo o suor que escorria do braço, levando-a em direção da mão de Mucurã, que aperto-a exitosamente.
            O chefe orou chorosamente, erguendo suas mãos aos céus pedindo fartura para nós, no amor e na comida.
            Turibi assistia tudo de longe sem emitir nenhuma emoção pelo acontecimento da junção carnal.
            A cerimonia entrou noite a dentro´, só terminando após completar sete dias e sete noites. Mesmo assim, nós dois, só ficariamos a sós, na próxima lua cheia, tempo este dedicado por mim à caça e a pesca e ela, deitada descansando, esperando o meu retorno.
            Turibi caçador astuto, me acompanharia. Ele era o irmão mais velho da recém casada, portanto teria que ajudar pela primeira e última vez no alimento dos dois, perpetuando a tradição.
            Agora eu entendera o motivo da tristeza de Turibi.
            Não poderiamos ser mais passeiros nas caçadas e pescarias mata à fora, como faziamos até então.
            A tristeza dce Turibi tomava conta do mateiro, deixando a folhagem por onde passava  ressequida.
            Os passaros presssentindo a nuvem negra, fugiam descontrolados, encontrados à frente tesos feitos garranchos.
            A água clara do rio fértil, tornou-se turva e com um cheiro de carniça, matando cardumes sem piedade.
            Gritei! O que queres de mim, por que me maltratas, me responde Deus da matas e das águas.  Que fiz eu para não ter direito ao meu sustento.
            Um vento frio tomou conta da mata despedaçada, acompanhada de uma gargalhada macabra feito a morte.
            Não es tu filho das águas e das matas, mas, Turibi, o filho do mau que deseja a própria irmã.
            Tende que matá-lo para não mais ser perturbado pela nuvem do horror.
            O vento afastou-se, deixando-nos prostados no chão por sobre as folhas quebradiças.
             Turibi olhou-me malefiocamente, partindo para cima de mim, cravando em meu pescoço uma ponteaguda flexa, que prendeu-se no chão deixando-me sem forças.
             A seguir, levantou-se com seu arco e flelxa, mirando o sopro da vida.
             Sentí a madeira morta atravessar o meu peito esquerdo, rasgando-me as carnes e vazando as veias cheias de vida.
             O ar que enchia os meus pulmões pouco à pouco foi sendo retirado, restando-me apenas o olhar fixo em sua direçao.
             Turibi deixou-me para apodrecer, tornando-me no futuro adubo orgânico para a floresta negra.
             A mata estalando estalos profundos.
             As árvores centenárias tombaram uma a uma ao lado do meu corpo franzino, totalizando sete; quatro a minha direita e tres à esquerda.
             Mais sete caíram por sobre as outras em forma de cruz.
             Turibi não acompanhyou o que narro no momento, pois quando dei o último suspiro, ele olhou para os meus olhos e saiu em desabalada carreira.
             O meu corpo está alí até´os dias atuais. Mas eu, acompanhei Turibi até a terra do meu povo, não deixando que o mesmo chegasse perto de Mucurã.
             Seu pai previra a paixão louica do seu filho por Mucurã, permitindo que a moça casasse logo que atingisse a fase adulta.
             O chefe, ao saber da morte prematura do escolhido, entrou na tenda em que a filha estava, compartilhando a dor ajoelhados.
             Só sei, que aquela terra não foi mais a mesma após a partida do filho da mata e das águas.
             As águas do rio Tucumã continuam lá, más não servem mais para beber, os peixes que povoavam-no, não mais existem.
             A floresta não tem mais vida e seus habitantes migraram para não morrer.
             Mucurã abandonou a aldeia ao cair da noite não tendo mais notícias da etnia cururi.
             Eu estou aqui tomando conta da flôr de miara para que nenhum intruso,entre por mais uma vez em nossas vidas.
Biagio Grisi (autor)

        

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