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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A CASA DO SEMIÁRIDO


A casa é feita de taipa
Uma simples construção
As varas bem trameada
O barro jogado à mão

Assim é que a gente vevi
E todo mundo é feliz
A famia si abasteci
Cum rolinha e corduniz.

Noi só vevi da roça
Se o ventu truxé chuva
milho, fejão, mãedoca
E um taco de rapadura.

Lá dentro, bem aculá
Fica a cuzinha da casa
Uma trempi pá cuzinhá
O fejão, também a caça.

O pote ou foima dágua
Lá no canto da paredi
Seuve pra liviar
Um bucadinho da sedi.

As panela é de barru
E tudo feito cum as mão
A inxada mexi o traçu
Pela mão do artesão.

A cuzinha arrumada
Por Dasdori e Serafina
Dasdoris, mãe dedicada
A outra, sua menina.

A casa só tem dois quartu
Chamado de camarinha
No primeiro, dorme quatru
No segundo, seis criançinha.

Já que estamu por aqui
Vamu passandu pra sala
Meu cumpadi Zé neguin
Coidado cum a cangalha.

A sala toda arrumada
Faz gostu a rente vê
Um raidu na bancada
E dez cordel pra se lê.

Cinco quadru na paredi
Um é o coração de Maria
Bem do lado, uma redi
Pra o cansaçu do dia.

Mai pru canto do direitu
Tem trei furquia inficada
Numa, a roupa do eitu
Na outra a cabeçada.

E a outra o que é que há?
Tem coisa dependurada?
Espere que eu vô contá.
Chapéu, bornal e espingarda.

A visita do cumpadi
Pra eu é sastifação
Já que conheceu a taipa
Fique pra o fejão.

Meu cumpadi, João de Zé
Me discuipi a disfeita
Acertei cum a muié,
Almoçá uom dona "preta".

Apoi tá, vá pela sombra
Pru sol não ti queimá
Aqui a cumida tá pronta
Num vou deixar isfriá.

Adeus até ôtru dia
As porta está aberta
Da próxima, traga Maria
Qui Dasdoris tem cunversa.

Agora, eu vô me indu
A hora já tá chegada
No cavalu vô subinu
Suminu na poeirada.

A taipa é casa de pobri
Quem se achega, é bem vindu
É tratado como um nobri
Pra sua, volta sorrindu.

Biagio Grisi Artesão

domingo, 11 de dezembro de 2016

A BARRACA DO CORDEL


A barraca do cordel
Faz gosto a gente ver
Tem cordel de todo tipo
Se o freguês quiser ler.

Esta miniatura
Feita com todo amor
Resgata, a nossa cultura
Dos tempo do meu avô.

Escolhi dentre os poetas
E neste caboclo, insisto
Quero homenagear
O poeta Beto Brito.

Treze cordéis numa caixa
Feitos com todo zelo
Do prefeito analfabeto
Ao fiado e a dinhero.


P.S.  A peça acima foi projetada e construída por mim.




sábado, 10 de dezembro de 2016

ARMAZÉM SERTANEJO

                                                                             
O armazém de mangaio
Tem de tudo pra vender
A gente ver pendurado
Macaca de se bater,

Bornal, chapéu de vaqueiro,
Espora, sela, gibão,
Cia, relho, cartucheira,
Rabicho, rabichola
E chapéu de lampião.

Na prateleira baixinha
A pele de bode cheira.
Tem sandália, lamparina,
Barril, pra cachaça brejeira.

E continua o sortimento
Faca, peixeira, facão
Espingarda sovaqueira,
Perto de um pilão.

Agora vamos pro chão.
Um baú pra começar.
Ancoreta, balde, caneco
E cangalha pra montar.

Vigi! é tanta coisa
Que dar gosto de se ver
Termino, com os par de bota
Tudinho, é pra vender.

Biagio Grisi Artesão

P.S. A peça acima foi idealizada e construída por mim.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

NO CEARÁ


Na terra de Padre Cicero
De Felipe, Ivanildo e Damião
Só havia alarido
Se chagasse Lampião.

Cícero, o padre coiteiro
Amigo de Virgulino
Tinha força no governo
Lampião logo subindo.

O Padre Cícero levou
Lampião à capitão
Para comandar o Nordeste
Com rifle e mosquetão.

Agora tinha outra coisa
Que o padre fazia bem
Milagres de ver com a vista
Feitos os de Jerusalém.

Quem acreditava, espalhava
O padre ficou conhecido
O povo se ajuntava
Pra ver o padre bendito.

O meu padim pade ciço
Não foi elevado à santo
Mas, a estátua está lá
Quem vê, se acaba em pranto.

Biagio Grisi Artesão

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

TAMBÔ LASCADO


O tambô de butá leiti
No mei du tempu ficô
Tumô chuva, sol e ventu
Qui o fundu dispregô.

O tambô di butá leiti
Leiti da vaca fulô
Agora num presta mai
Já qui o fundo se lascô.

O tambô de butá leiti
Cinquenta litru levô
Agora só leva ventu
Poi sem o fundo ficô.

O tambô di butá leiti
Na menti fica guardadu
Nunca pingô um pingu
Agora tambô lascadu

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

SIMPLESMENTE CAMPINA




Campina da minha infância
E também dos meus amores
Dos amigos e doutores
Que nesta terra nasceram.

Campina e seus coqueiros
Entre centro e São José
Da rua Manoel Pereira
Repleta de cabaré.

Campina das madrugadas
De serenatas esquecida
Das vozes que povoavam a vida
E dos poetas em ação.

Campina e suas boates
Skina e dois mil e dois
Primeiro a dois mil e um
A segunda veio depois.

Maria Fumaça em fogo
Com casais enternecidos
Dançando em alaridos
Esperando o sol raiar.

Campina de Ronaldo, Asfora
E Damião, de Joel lá do teatro
Da família Capozzoli, do cinema
em ascensão.

Campina mãe dos tropeiros
Dos índios e algodoeiros
Que neste açude passavam
Pra beber  e se banhar.

Campina, sempre és bela
De azul ou amarela
Tenho orgulho em morar.

Biagio Grisi Artesão

terça-feira, 29 de novembro de 2016

BELEZA NATURAL


Uma paisagem belíssima
O azul e as nuvens no céu
Duas canoas ancoradas
Já não mostram o seu papel

As pedras todas entalhadas
Pelo filho de um artesão
Imagens bem detalhadas
Um animal de cabeça cortada
No meio a escultura um cão

A água bastante escassa
Mas a lâmina se faz bonita
A areia em café e dourado
Por último a cor da bauxita

Biagio Grisi Artesão

Crédito foto:
Raimundo Bernardo

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

MEU NORDESTE


Vegetação seca quebradiça
três sombras surgem no chão
Um carro de boi modificado
Um touro bastante irritado
Com o calor forte do sertão

A água transportada pra beber
Pro homem também pra criação
A fonte daqui ninguém mais ver
Por certo um barreiro em extinção

Um guerreiro em cima outro em baixo
Espera um fotógrafo em ação
A imagem em cores variadas
Destaco o boi o bode o calção.

A paisagem pra muitos é bonita
Porém a vida é sofrida
Só sabe quem vive a situação
Os bichos morrendo sem comida
Ao homem só resta a migração.

Biagio Grisi Artesão

Crédito foto:
Guiomar Carvalho Dario










domingo, 27 de novembro de 2016

PAISAGEM SERTANEJA


Vejo no horizonte
A paisagem ressequida
Completamente esquecida
O sol forte escaldante

Uma casa bem branquinha
Porta e janela pintada
A porteira combinando
Azul e branco na entrada

Um vaqueiro arrumado
Com chapéu, calça e gibão
Sai pra juntar o gado
No seu cavalo alazão

O mato seco, quebradiço
Um xique xique, um pendão
Agave que não brotou
É falta d'água meu irmão

O vaqueiro é homem forte
Se entrega na devoção
Reza à Nossa Senhora
Pra chegar chuva no sertão



Crédito foto: Raimundo Bernardo
 

sábado, 26 de novembro de 2016

UMA CANÇÃO


Na multidão eu me encontro
E nela não perco tempo
Ao som e sentindo o vento
Num campo tu vais estar

Um microfone de ouro
A voz e o teu cantar
Tu num banco de couro
As mãos e um violão
De pé estarei lá
Aplaudindo com emoção.

Biagio Grisi Artesão

Credito foto: Joao Arimatea De Carvalho

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

UM VIOLÃO



Um homem ali sentado
Abraçando um instrumento
Pode ser que seja agora
Quem sabe a qualquer momento

Que suas cordas sonora
Por João sejam tocadas
As mesmas bem dedilhadas
A música e um refrão
Tocada todinha em dó
Causando toda emoção.

Biagio Grisi Artesão

Crédito foto: Joao Arimatea De Carvalho

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

SABOR DO NORDESTE


Pirão se faz com farinha
Mexendo pra não engrolar
O fogo brando anuncia
É hora de degustar

Um prato fundo esperando
A massa quente esfriar
Porque se botar na boca
A língua vai reclamar

Um prato e uma colher
No meio de duas mãos
Sem dúvida é d'uma mulher
A espera do pirão.

Biagio Grisi Artesão

Crédito foto: Messias Silva

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

CENÁRIO SERTANEJO



Uma árvore frondosa
Cujo a graça é mulungu
Rima com qualquer nome
Tudo terminado em U

Pau mole pra entalhar
Pelas mãos de um artesão
Fazendo Nossa Senhora
Um concriz ou azulão

A dona agarrada a ela
No sol forte do sertão
Uma foto bem tirada
Fotógrafo de profissão.

Biagio Grisi Artesão

terça-feira, 22 de novembro de 2016

COMIDA PRA TODO LADO

A panela esborrotando
Com canjica cozinhada
Caldeirão de milho verde
Pamonhas bem amarrada
Quatro milhos já no ponto
Assados no fogo de brasa

sábado, 19 de novembro de 2016

NEGRITANDO JUSTIÇA E CONSCIÊNCIA



O Navio Negreiro

“’Stamos em pleno mar… Doido no espaço
Brinca o luar – dourada borboleta;
E as vagas após eles correm… cansam
Como turba de infantes inquieta.

‘Stamos em pleno mar… Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro…
O mar em troca acende as ardentias,
– Constelações do líquido tesouro…

‘Stamos em pleno mar… Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes…
Qual dos dois é o céu? qual o oceano?…

‘Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas…

Era um sonho dantesco… o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros… estalar de açoite…
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar…

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente…
E da ronda fantástica a serpente
Faz doidas espirais …
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos… o chicote estala.
E voam mais e mais…

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e covardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que imprudente na gávea tripudia?

Silêncio. Musa… chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!…
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança…

Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!…

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!

Mas é infâmia demais! … Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

Antônio Frederico de Castro Alves


O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. Foi criado em 2003 e instituído em âmbito nacional mediante a lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, sendo considerado feriado em cerca de mil cidades em todo o país e nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro por completo através de decretos estaduais.[1] Em estados que não aderiram a lei, a responsabilidade é do prefeito, que decide se haverá o feriado no município. A ocasião é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de "Zumbi dos Palmares", em 1695. Sendo assim, o Dia da Consciência Negra procura remeter à resistência do negro contra a escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro (1549).
Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. A instituição procura evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.

Foto de Capa: Obvious

UMA LENTE EM AÇÃO


Uma paisagem litorânea
Com suas ondas espumantes
Mulheres exuberantes
Na praia a caminhar
Um fotógrafo se anima
Faz mais do que contemplar.

Do mar eu sinto o cheiro
No esquerdo a vegetação
Deixo por fim o coqueiro
Dele a sombra, o fruto
Por último a degustação.

Biagio Grisi Artesão

Crédito foto: Laércio Cirne (Facebook)

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A VARANDA DA MANSÃO


O verde arrodeia a casa
Uma sacada arrumada
Uma rede bem armada
Suporte preso ao chão.

A cerâmica iluminada
Com fortes raios do sol
Uma colonial listrada
Esperando o arrebol.

São dois chapéus espalhados
Almofadas encostadas
Imagens fotografadas
Cumprindo o seu papel.

O fotógrafo não conheço
Mas pode se apresentar
Com máquina ou celular
A foto foi bem tirada.

A cena bem retratada
São três varandas então
Duas estão na rede
A outra é da mansão.

Biagio Grisi Artesão

Crédito foto: Messias Silva (Facebook)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A SECA A FOME A MORTE II

No meio do mato sem pasto
Uma vaca e seu filhote
Entregues a própria sorte
Espera a morte chegar.

As folhas desidratadas
Espalhadas pelo chão
Padece o homem do campo
Não da pra plantar um grão.

O sol comanda o Nordeste
Cacimba e açude secou
O rio só tem areia
A chuva se ausentou.

Jesus e Nossa Senhora
A estiagem tá demais
Manda gotas de milagre
O povo não aguenta mais.

Biagio Grisi artesão

Crédito foto: Valdecir Bedette (Facebook)

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

TAMBORES DE ANGOLA


Mãos calejada e forte
Entregues a própria sorte
Em porões hostis, degradantes
Quando veio de lá pra cá
Trazidos por imigrantes.

Trabalho em troca de comida
Pão e água, água e pão
Uma correia fornida
O chão a sua dormida
Depois de um dia de cão

Um capataz desordeiro
Arrodeia o negreiro
Com um chicote na mão
Em busca do atabaque
Que acordou o patrão.

Se levanta nesse instante
O feitor do som possante
Tremendo e mostrando as mão
Pois dos lábios não sai nada
A língua fora cortada
Agora os seus tendão.

Mas Ayo é negro forte
Consegue recuperar
Tem dentro a felicidade
Não calaram o atabaque
Nem jamais hão de calar.

Salve a África - Salve
Salve os Preto Velho - Salve
Salve a Umbanda Sagrada - Salve
Salve Zumbi dos Palmares - Salve
Salve as vida passada - Salve
E as que vão chegar. - Salve


terça-feira, 15 de novembro de 2016

LUA GRANDE


A lua gigante resplandece
O mar azul se embebece
Com o dourado feito luz
Em respeito as ondas se acalma
O flash da câmera se apaga
Por conta do clarão que ela produz.

Biagio Grisi Artesão

POR NOSSA SENHORA




Um studio, um cenário
Uma câmera escondida
Uma música  erudita
Uma moça vai cantar.

O olhar fixo pra cima
Como se olhasse o céu
olhando a virgem Maria
com a coroa e seu véu.

Um microfone potente
A virgem e a aparição
A voz saindo lentamente
Feita a consagração.

Uma cruz em suas costas
A janela, um violão
Um vestido bem transado
Tatoos em tons variado
Feitas por um artesão

A filmagem em preto e branco
Não realça as cores viva
Me contento com a belíssima
Voz que ouvi soar.

Amem!

Biagio Grisi Artesão

Crédito vídeo:Andrea Amorim

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

HÁ FARTURA NO QUINTAL


Um quintal cheio de galinhas
Duas mãos pra alimentar
Dois galos vigiam as rainhas
Pra outro galo não entrar.

Uma carroça apipada
De peixe para vende
É bom no leite de côco
Cheiro verde e dendê

Lá no canto a verde mata
A mulher de pés no chão
Uma fogueira apagada
Cinzas pra areiar latão.

Um tamburete esquecido
Bem no meio do terreiro
Não acho nada esquisito
Vai servir é de poleiro.

Um cano atravesa o eirado
Que descamba mata afora
Dando dentro do roçado
A água ali se incorpora.

Biagio Grisi artesão

Credito foto: CEM%NORDESTINOS FACEBOOK

domingo, 13 de novembro de 2016

CASA DE TAIPA






















 Essa casa eu conheço
Não, por ter morado nela
Muito simples, sempre bela
É do matuto morar.

A casa é de nordestino
Singela porém arrumada
A porta escancarada
Deixando o vento entrar.

Na janela eu percebo
Um velho ferro de brasa
O fundo pra fora da casa
Pra o carvão fumegar.

A mesa bem arrumada
Com um jarro cheio de flores
Botado por  Dasdores
Pra quando a visita chegar.

As paredes enfeitadas
Com o quadro de Nossa Senhora
O Padin padre Cícero implora
Pra Jesus Cristo Curar.

Uma mesa arrumada
Onde fica o oratório
Espera o vigário Tenório
Pra sua bênção ele dar.

De lado eu vejo a entrada
Entrada da camarinha
De lado fica a sombrinha
Pra do sol se amparar.

A mão de força segura
Um telhado resistente
A claridade incandescente 
Ofuscando o meu olhar.

Um lampião pendurado
agora sem serventia
Esperando a noite fria
Pra de noite alumiar.

Lá no pé daquela porta
Uma vassoura descansa
Só porque não tem criança
Pra barrer e pra montar.

Ao lado um fogão à lenha
E três panelas penduradas
Limpinhas bem arrumadas
Pra mais tarde cozinhar.

Abençoado seja 
O bendito morador
Vaqueiro ou agricultor
Que nesta casa morar.

Biagio Grisi Artesão

Crédito foto: Google

sábado, 12 de novembro de 2016

Tripé de armação: O cangaceiro, o cordelista o artesão

Resolvi me meter com cordelista e aceitar o desafio que  Dom fiuza, amigo do FACE propôs, quando enaltecia em versos a foto do meu tio Odir Milanez da Cunha vestido de cangaceiro.
Pois num é que o caba pegou quente com Biagio Grisi Artesão!

VEJAM O INÍCIO DE TUDO

Dom Fiuza  Odir cangaceiro


Olha o Odir cangaceiro
Armado até o dente
Cabra macho bandoleiro
Na briga muito valente
Lutou contra lampião 
Venceu e foi campeão 
Ainda bateu num tenente.
No nordeste ele é imponente
Ele já virou uma lenda
Da foz até a nascente 
Nunca perdeu uma contenda
O cabra é bom de briga
Não queira com ele intriga
Depois não tem quem te emenda.
Domfiuza Fiuza

Deixo aqui um desafio pro amigos cordelistas colocarem 
mais lenha nesse fogo. Alô CORDELSITAS ESTÃO DESAFIADOS.

Em resposta a Dom  Fiuza

Cordelista eu não sou 
Nem gosto de desafio
Mas já que tu provocou
Agora segure o fio.

Meu nome é Biagio Grisi
Sou apenas um artesão
Nunca enfrentei Lampião
Mas conheço cangaceiro
E nesse caso sou temente
Pois dizem que é valente
Perto de tu seu coiteiro.

Já tô ficando arretado
Com tanta bajulação
Parece que foi afetado
Dizer que bateu em tenente
E lutou com Lampião!
Nessa eu sou descrente
Com o Dom do cidadão.

Agora que respondi
Estou de alma lavada
Nessa grande cavalgada
À Santa Bárbara do d'Oeste
Saindo aqui do Nordeste
Da cidade de Campina
Terra boa que fascina
É lugar de forasteiro
Índio, algodão e tropeiro
Também de menina linda.

Biagio Grisi Artesão
05/11/2016


Dom Fiuza Ajoelhou tem que rezar. 

Biagio Grisi Artesão 
Não queira briga comigo
Porque eu sou cearense 
E posso te dar castigo
Eu nasci foi em Caucaia 
E nunca fujo da raia 
Melhor é ser meu amigo.

Se quer brigar eu prossigo
Dou um boi pra não entrar 
Mas depois que estou dentro
Ninguém consegue tirar
Eu dou até uma boiada 
Pra não sair da parada 
Se insistir vai apanhar.

Eu nasci em um lugar 
Terra de cabra valente
Que nunca foge da luta
Perigoso igual serpente
Vai de punho, pena ou faca,
Esmago feito um jaca 
O resto vai prum parente. 

Mas pode ficar contente
Com você vou pegar leve
Ser sobrinho de poeta 
Meu peito me diz: - releve!
Você é um cabra de sorte
Pois escapou duma morte
Mas nunca mais me enerve.

Porque meu sangue já ferve
Sou louco por uma disputa
Adoro bater em cabra
Que desafia pra luta 
Às vezes eu sou cruel
Sou mais amargo que fel 
Minha pena é força bruta.

Domfiuza
05/11/2016

Em resposta a Dom Fiuza

Me ajoelho pra rezar

Dom Fiuza eu te disse
Que sou um simples artesão
Se a faca está na mão
É pra o couro cortar
Não gosto de aperreação
Gosto mesmo é de rezar

Um mote desse ajuda
à quem gosta de orar
Pois orando eu me lembro
Que preciso ajoelhar
Pra reza sair mais forte
E Jesus me ajudar

Quando ajoelho eu rezo
peço por meus amigo
porque não tenho inimigo
nem aqui nem aculá
não tenho medo de castigo
Tem o Pai pra me ajudá

Jesus abençoou os peixe
Também fez isso com os pão
Maria mãe protetora
Seu pai exímio artesão
Se eu pego numa tesoura
Não é pra derrubar um irmão

Com um boi da sua boiada
Eu faço bainha pra faca
Pra foice, machado e facão
faço bornal pra arataca
Foi isso que Deus me deu
O dom trazido nas mão

Respeito os caba valente
Daqui e de qualquer lugar
Que levanta as quatro hora
Se pega com Nossa Senhora
Pra roça poder cortar
E no sol do meio dia
Se ajoelha e pede aos guia
Pra chuva puder chegar

Conheci gente valente
Por nome Zé de Carminha
Irmão de Noca e Bastinha
Que entrou em desacerto
Querendo levar um cesto
Sem pedir e sem comprar

A sua jaca eu divido
Com os mais necessitado
Com gente do meu estado
Em Pernambuco e  Bahia
Até pro Rio Grande do Norte
Corto e mando tudo em fatia
Evitando a fome e a morte

Agradeço a "leveza"
Por relevar o sobrin
De leveza não vi nada
Mostrou-se ser muito ruim
Mas ajoelhado eu rezo
Ao meu Pai Ogum eu peço
Aos santos e querubim

Não sou de fugir de nada
É tanto que estou aqui
O meu forte não é verso
é pegar boi no jiqui
Levar para o matadouro
Esfolar e tirar o couro
Lavar e depois curti.

Eu não deixo o sangue quente
Só pra ajudar um irmão
Se precisar vou e doo
Sem muita reclamação
Me apego à Deus nos céus
E ao meu Frei Damião

Aqui na minha casa
não sou brabo sou contente
Escova serve pra dente
Faca pra sarapatel
Frigideira pra pastel
Vela pra benzer gente

Se for preciso mandinga
Essa eu faço com prazer
O cabra que tenha sorte
Faço brabo amolecer
Pra não jurar ninguém de morte
Sem tão pouco conhecer.

Agora que enfrentei
sem mesmo querer enfrentar
Não sei se é cearense
Ou se é de outro lugar
o bom mesmo é que tu sente
O que é desafiar

Agora volto pra reza
Rezando compenetrado
Pra desarmar Dom Fiuza
Que está emdiabrado
Querendo matar o próximo
Por certo ajoelhado

Por Deus e Nossa Senhora
Valei-me dessa ingrisia
Me pego ao manto sagrado
Bendita seja Maria
Tenha pena do coitado
Nesse momento de agonia

Salve salve Oxalá
Me livre de uma desagraça
Ogun meu Pai, venha cá
Também Oxossi das mata
Iansã Guerreira trás faisca
Iemanjá sai da água  azul
Xangô vinde Deus da justiça
Quebra as forças desse boi-zebu

Oxum dona dos rios
E também das cachoeiras
Segura e molha o gongar
Lá num pé de aroeiras
Lavando os espirito ruim
Pra nunca mais aprontar
E ficar bem pianin

A tua parte fizeste
Brigou bradou no repente
Parece ser bem valente
Dos cabra de Lampião
Desafiou um artesão
Pra tua briga enfrentar
Com reza forte estás bento
Pra nunca mais provocar.

Caba veio me despeço
A cabeça tá fervendo
foi toda a manhã escrevendo
Os dedos não mais aguenta
Pra enfrentar o poeta
Do quilate que tu és
Rasguei quilos de papeis
E a caneta quase arrebenta.

Biagio Grisi Artesão
06/11/2016

Dom Fiuza Empate técnico.

Biagio Grisi Artesão
Vamos terminar o embate
Não existe perdedor
Aconteceu um empate
Continuamos amigos
Juntando com os antigos
Todos do mesmo quilate.

Domfiuza
06/11/2016

Biagio Grisi Artesão Eita sufoco danado

Dom Fiuza eu aceito
Te trato como um irmão
Te levo agora no peito
Com toda satisfação
Todos somos vencedor
Juntos no mesmo gráu
Nesse empate sofredor

Abraço ao poeta cearense
Daniel Fiuza (Domfiuza

Crédito foto: Odir Cunha/Biagio Grisi/Dom Fiuza

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

O entardecer


Enquanto o entardecer me mostrar o sol
Por trás dos galhos de uma gameleira
E eu sentir o cheiro da bosta fresca
Da vaca parida, lá na porteira
Continuo sentado ali no banco
Vendo um cavalo cobrir uma besta.

O caminho do roçado, roçado à estrovenga
Um menino atirando a baladeira
Um caga-sebito pastorando o ninho
Um cigarro de palha bem fininho
O fumo cortado à peixeira.

Uma velha gasguita chama a parteira
Avisando que a filha tá na dor do parto
Dasdores deitada no mei do quarto
Um fogão esquenta a àgua fria
Depositada às pressas, numa chaleira.

A bolsa rompeu disse Maria
A cabeça fez flor, bem lá em baixo
Um ser se remexe em gritaria
Avisando a chegada de um macho.

O sol nesse instante vi descer
E descendo se esconde ainda mais
Assentado no banco de aroeiras
Vejo, sanhaçus e os pardais.

A noite avisa sua chegada
Através das badaladas na igreja
Agora o entardecer não faz morada
É hora que as coruja chega.

Biagio Grisi

Credito foto: Galeria Porão

MUSEU VIVO DO NORDESTE

DEIXE O SEU PITACO

Se é prá dá pitaco eu dô
Mai dô, sem o peitu duidu
Poi num gostu de muidu
fui criadu cum avô.
Nunca pricisei de dotô
Nem tão pôcu rezadera
Faimaça, dô-li uma rastera
Mi respeiti pru favô.
Aqui tô chegandu agora
Vô entrandu abaxadinhu
Virgem, nossa sinhora
Cuma é arrumadinhu!
Quatru bulis perfiladus
Trei prá lá e um prá cá
Incostadu na parede.
Prá quem entra adimirá.
Este é u museu vivu
Do Nordeste sim sinhô
Quem entra, se acomoda
Feitu casa de avô.
Meu cumpadi Adoniran
Um dia eu chegu lá
U Museu Vivo do Nordeste
É Muito faci di acertá.
A hora já é chegada
Nu cavalu vô muntá
Na proxima tragu a famia
Aí eu possu demorá.
Biagio Grtisi (Autor)

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Pedras pra que te quero



Uma pedra firme angular 
A imagem de um chapéu olhando o sol
As nuvens clareadas ao seu redor
A vegetação rasteira à contemplar.

Biagio Grisi Artesão

O sol nascendo


Momento de inspiração
O sol nascendo bem distante

A água dourada reluzente
Uma canoa forte pra aguentar
Um homem logo cedo no batente
Jogando a tarrafa pra pescar
Garantindo o almoço nesse instante.

SELO DE QUALIDADE

SELO DE QUALIDADE
AQUI VOCE FAZ A DIFERENÇA