Meu pai que Deus o tenha
Sempre me mostrou o melhor
Levava-me a Santa missa
E a casa de vovó.
Ensinou-me a não pegar no alheio
A ser um homem de verdade
A estudar mais um pouco
Também, fazer caridade.
A música que eu ouvia
Era, pelos seus lábios cantados
Em inglês, francês e espanhol
Sons bem executados.
Apredí a tomar gosto
Na cultura nordestina
Pois ele, sempre mostrava
A preservação, é quem ensina.
Aprendí a soltar coruja(pipa)
Também, fazer patinete
Jogar pião, e carrapeta
Brinquedos, que todos conhece.
Bicicleta, eu não tive
Mas, me ensinou a andar
Recebí dele, um velocípede
Usei, até se acabar.
Aprendí através dele
Fazer uma bela fogueira
No São João e no São Pedro
Todos juntavam-se prá vê-la.
Uma fogueira que se prese
Deve ser bem construida
Dizia papai fazendo
Prá toda a sua família.
Duas estacas de um metro
Lateralmente enfincadas
Um arame lá no alto
Nas extremidades amarradas.
Tudo isso que eu conto
Eu via e prestava atenção
Prá, quando a minha eu fizesse
Não passar decepção.
Agora é que entra os toros
Todos bem arrumados
Um por cima do outro
E não, simplesmente jogados.
A hora era importante
Prá fogueira incendiar
Dezoito horas contadas
Na hora do anjo passar.
Agora prá acender
Aquela bonita fogueira
Um fogo feito de gravetos
Era empurrado em sua trazeira.
Aos poucos, a madeira morta tinha vida
Estalando, soltando faísca
Uma enorme labareda
Enchia a minha vista.
A fogueira majestosa
Novinha, toda imponente
Tinha o seu tempo contado
Desanimando o agente.
O agente, era o meu pai
Fazedor de tantas mil
Assim como elas se foram
Meu pai, envelheceu, ficou senil.
Mas tudo que aquí se achega
Tem o seu tempo contado
A tradição foi passada
E papaí foi sepultado.
P.S. Foram tantas coisas boas que passei e aprendi com ele, que, faço-me esquecer dos momentos infelizes. E QUEM NÃO TEM!
Biagio Grisi
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