
Enquanto o entardecer me mostrar o sol
Por trás dos galhos de uma gameleira
E eu sentir o cheiro da bosta fresca
Da vaca parida, lá na porteira
Continuo sentado ali no banco
Vendo um cavalo cobrir uma besta.
O caminho do roçado, roçado à estrovenga
Um menino atirando a baladeira
Um caga-sebito pastorando o ninho
Um cigarro de palha bem fininho
O fumo cortado à peixeira.
Uma velha gasguita chama a parteira
Avisando que a filha tá na dor do parto
Dasdores deitada no mei do quarto
Um fogão esquenta a àgua fria
Depositada às pressas, numa chaleira.
A bolsa rompeu disse Maria
A cabeça fez flor, bem lá em baixo
Um ser se remexe em gritaria
Avisando a chegada de um macho.
O sol nesse instante vi descer
E descendo se esconde ainda mais
Assentado no banco de aroeiras
Vejo, sanhaçus e os pardais.
A noite avisa sua chegada
Através das badaladas na igreja
Agora o entardecer não faz morada
É hora que as coruja chega.
Biagio Grisi
Credito foto:
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