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sábado, 7 de julho de 2012

UM POETA NÃO MORRE SE TRANSFERE

Conhecí o homem simples, do povo!
O poeta, o político.
Prefiro guardar no consciente, as coisas boas que ele fêz e nos deixou como legado.
Nasceu na cidade de Guarabira, Paraíba e adotou Campina Grande como sua cidade para morar e fazer história como poeta,advogado e político.
Um apaixonado pela poesia.
Lembro uma certa vez quando expunha as minhas peças e ele entrou no ambiente em sua cadeira de rodas, pois tinha sido acometido de AVC, parou em frente ao meu stand olhou, olhou e pediu, eu quero aquela peça. Peguei uma Bodega Sertaneja confeccionada em madeira e ao admirar a peça em suas mãos, disse mais uma vez. É esta mesmo que eu estava procurando. Enfim, tinha vendido para o Poeta Ronaldo José da Cunha Lima (Ronaldo Cunha Lima), mais uma bodega, perfazendo duas.
Eu não poderia deixar que ele saisse do ambiente sem antes  ouvir a viva voz  um dos seus poemas que considero mais profundo e belo.
Ajoelhei-me aos seus pés e pedi que declamasse HABEAS PINHO e assim foi feito, a emoção tomou conta de mim, pois, apesar da sua voz sussurrante, ele declamou-a por completo e foi assim declamado.


O instrumento do crime que se arrola
Neste processo de contravenção
Não é faca, revólver nem pistola.
É simplesmente, doutor, um violão.

Um violão, doutor, que na verdade
Não matou nem feriu um cidadão.
Feriu, sim, a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão.

O violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade.
Ao crime ele nunca se mistura.
Inexiste entre eles afinidade.

O violão é próprio dos cantores,
Dos menestréis de alma enternecida
Que cantam as mágoas e que povoam a vida
Sufocando suas próprias dores.

O violão é música e é canção,
É sentimento de vida e alegria,
É pureza e néctar que extasia,
É adorno espiritual do coração.

Seu viver, como o nosso, é transitório,
Porém seu destino se perpétua.
Ele nasceu para cantar na rua
E não, para ser arquivo de Cartório.

Mande soltá-lo pelo Amor da noite
Que se sente vazia em suas horas,
Para que volte a sentir o terno açoite
De suas cordas leves e sonoras.

Libere o violão, Dr. Juiz,
Em nome da Justiça e do Direito.
É crime, porventura, o infeliz,
cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

Será crime, e afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
perambular na rua um desgraçado
derramando na rua as suas dores?

É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza do seu acolhimento.
Juntando esta petição aos autos nós pedimos
e pedimos também DEFERIMENTO
Ronaldo Cunha Lima





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