Pois num é que o caba pegou quente com Biagio Grisi Artesão!
VEJAM O INÍCIO DE TUDO
Dom Fiuza Odir cangaceiro
Olha o Odir cangaceiro
Armado até o dente
Cabra macho bandoleiro
Na briga muito valente
Lutou contra lampião
Venceu e foi campeão
Ainda bateu num tenente.
No nordeste ele é imponente
Ele já virou uma lenda
Da foz até a nascente
Nunca perdeu uma contenda
O cabra é bom de briga
Não queira com ele intriga
Depois não tem quem te emenda.
Domfiuza Fiuza
Deixo aqui um desafio pro amigos cordelistas colocarem
mais lenha nesse fogo. Alô CORDELSITAS ESTÃO DESAFIADOS.
Em resposta a Dom Fiuza
Cordelista eu não sou
Nem gosto de desafio
Mas já que tu provocou
Agora segure o fio.
Meu nome é Biagio Grisi
Sou apenas um artesão
Nunca enfrentei Lampião
Mas conheço cangaceiro
E nesse caso sou temente
Pois dizem que é valente
Perto de tu seu coiteiro.
Já tô ficando arretado
Com tanta bajulação
Parece que foi afetado
Dizer que bateu em tenente
E lutou com Lampião!
Nessa eu sou descrente
Com o Dom do cidadão.
Agora que respondi
Estou de alma lavada
Nessa grande cavalgada
À Santa Bárbara do d'Oeste
Saindo aqui do Nordeste
Da cidade de Campina
Terra boa que fascina
É lugar de forasteiro
Índio, algodão e tropeiro
Também de menina linda.
Biagio Grisi Artesão
05/11/2016
Dom Fiuza Ajoelhou tem que rezar.
Biagio Grisi Artesão
Não queira briga comigo
Porque eu sou cearense
E posso te dar castigo
Eu nasci foi em Caucaia
E nunca fujo da raia
Melhor é ser meu amigo.
Se quer brigar eu prossigo
Dou um boi pra não entrar
Mas depois que estou dentro
Ninguém consegue tirar
Eu dou até uma boiada
Pra não sair da parada
Se insistir vai apanhar.
Eu nasci em um lugar
Terra de cabra valente
Que nunca foge da luta
Perigoso igual serpente
Vai de punho, pena ou faca,
Esmago feito um jaca
O resto vai prum parente.
Mas pode ficar contente
Com você vou pegar leve
Ser sobrinho de poeta
Meu peito me diz: - releve!
Você é um cabra de sorte
Pois escapou duma morte
Mas nunca mais me enerve.
Porque meu sangue já ferve
Sou louco por uma disputa
Adoro bater em cabra
Que desafia pra luta
Às vezes eu sou cruel
Sou mais amargo que fel
Minha pena é força bruta.
Domfiuza
05/11/2016
Em resposta a Dom Fiuza
Me ajoelho pra rezar
Dom Fiuza eu te disse
Que sou um simples artesão
Se a faca está na mão
É pra o couro cortar
Não gosto de aperreação
Gosto mesmo é de rezar
Um mote desse ajuda
à quem gosta de orar
Pois orando eu me lembro
Que preciso ajoelhar
Pra reza sair mais forte
E Jesus me ajudar
Quando ajoelho eu rezo
peço por meus amigo
porque não tenho inimigo
nem aqui nem aculá
não tenho medo de castigo
Tem o Pai pra me ajudá
Jesus abençoou os peixe
Também fez isso com os pão
Maria mãe protetora
Seu pai exímio artesão
Se eu pego numa tesoura
Não é pra derrubar um irmão
Com um boi da sua boiada
Eu faço bainha pra faca
Pra foice, machado e facão
faço bornal pra arataca
Foi isso que Deus me deu
O dom trazido nas mão
Respeito os caba valente
Daqui e de qualquer lugar
Que levanta as quatro hora
Se pega com Nossa Senhora
Pra roça poder cortar
E no sol do meio dia
Se ajoelha e pede aos guia
Pra chuva puder chegar
Conheci gente valente
Por nome Zé de Carminha
Irmão de Noca e Bastinha
Que entrou em desacerto
Querendo levar um cesto
Sem pedir e sem comprar
A sua jaca eu divido
Com os mais necessitado
Com gente do meu estado
Em Pernambuco e Bahia
Até pro Rio Grande do Norte
Corto e mando tudo em fatia
Evitando a fome e a morte
Agradeço a "leveza"
Por relevar o sobrin
De leveza não vi nada
Mostrou-se ser muito ruim
Mas ajoelhado eu rezo
Ao meu Pai Ogum eu peço
Aos santos e querubim
Não sou de fugir de nada
É tanto que estou aqui
O meu forte não é verso
é pegar boi no jiqui
Levar para o matadouro
Esfolar e tirar o couro
Lavar e depois curti.
Eu não deixo o sangue quente
Só pra ajudar um irmão
Se precisar vou e doo
Sem muita reclamação
Me apego à Deus nos céus
E ao meu Frei Damião
Aqui na minha casa
não sou brabo sou contente
Escova serve pra dente
Faca pra sarapatel
Frigideira pra pastel
Vela pra benzer gente
Se for preciso mandinga
Essa eu faço com prazer
O cabra que tenha sorte
Faço brabo amolecer
Pra não jurar ninguém de morte
Sem tão pouco conhecer.
Agora que enfrentei
sem mesmo querer enfrentar
Não sei se é cearense
Ou se é de outro lugar
o bom mesmo é que tu sente
O que é desafiar
Agora volto pra reza
Rezando compenetrado
Pra desarmar Dom Fiuza
Que está emdiabrado
Querendo matar o próximo
Por certo ajoelhado
Por Deus e Nossa Senhora
Valei-me dessa ingrisia
Me pego ao manto sagrado
Bendita seja Maria
Tenha pena do coitado
Nesse momento de agonia
Salve salve Oxalá
Me livre de uma desagraça
Ogun meu Pai, venha cá
Também Oxossi das mata
Iansã Guerreira trás faisca
Iemanjá sai da água azul
Xangô vinde Deus da justiça
Quebra as forças desse boi-zebu
Oxum dona dos rios
E também das cachoeiras
Segura e molha o gongar
Lá num pé de aroeiras
Lavando os espirito ruim
Pra nunca mais aprontar
E ficar bem pianin
A tua parte fizeste
Brigou bradou no repente
Parece ser bem valente
Dos cabra de Lampião
Desafiou um artesão
Pra tua briga enfrentar
Com reza forte estás bento
Pra nunca mais provocar.
Caba veio me despeço
A cabeça tá fervendo
foi toda a manhã escrevendo
Os dedos não mais aguenta
Pra enfrentar o poeta
Do quilate que tu és
Rasguei quilos de papeis
E a caneta quase arrebenta.
Biagio Grisi Artesão
06/11/2016
Dom Fiuza Empate técnico.
Biagio Grisi Artesão
Vamos terminar o embate
Não existe perdedor
Aconteceu um empate
Continuamos amigos
Juntando com os antigos
Todos do mesmo quilate.
Domfiuza
06/11/2016
Biagio Grisi Artesão Eita sufoco danado
Dom Fiuza eu aceito
Te trato como um irmão
Te levo agora no peito
Com toda satisfação
Todos somos vencedor
Juntos no mesmo gráu
Nesse empate sofredor
Abraço ao poeta cearense
Daniel Fiuza (Domfiuza
Crédito foto: Odir Cunha/Biagio Grisi/Dom Fiuza
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