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MERCI POUR LES HISTOIRES SUIVANTES
GRACIAS POR LAS HISTORIAS PRAS
GRAZIE PER LA SGUENTI STORIE
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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
A CASA DO SEMIÁRIDO
A casa é feita de taipa
Uma simples construção
As varas bem trameada
O barro jogado à mão
Assim é que a gente vevi
E todo mundo é feliz
A famia si abasteci
Cum rolinha e corduniz.
Noi só vevi da roça
Se o ventu truxé chuva
milho, fejão, mãedoca
E um taco de rapadura.
Lá dentro, bem aculá
Fica a cuzinha da casa
Uma trempi pá cuzinhá
O fejão, também a caça.
O pote ou foima dágua
Lá no canto da paredi
Seuve pra liviar
Um bucadinho da sedi.
As panela é de barru
E tudo feito cum as mão
A inxada mexi o traçu
Pela mão do artesão.
A cuzinha arrumada
Por Dasdori e Serafina
Dasdoris, mãe dedicada
A outra, sua menina.
A casa só tem dois quartu
Chamado de camarinha
No primeiro, dorme quatru
No segundo, seis criançinha.
Já que estamu por aqui
Vamu passandu pra sala
Meu cumpadi Zé neguin
Coidado cum a cangalha.
A sala toda arrumada
Faz gostu a rente vê
Um raidu na bancada
E dez cordel pra se lê.
Cinco quadru na paredi
Um é o coração de Maria
Bem do lado, uma redi
Pra o cansaçu do dia.
Mai pru canto do direitu
Tem trei furquia inficada
Numa, a roupa do eitu
Na outra a cabeçada.
E a outra o que é que há?
Tem coisa dependurada?
Espere que eu vô contá.
Chapéu, bornal e espingarda.
A visita do cumpadi
Pra eu é sastifação
Já que conheceu a taipa
Fique pra o fejão.
Meu cumpadi, João de Zé
Me discuipi a disfeita
Acertei cum a muié,
Almoçá uom dona "preta".
Apoi tá, vá pela sombra
Pru sol não ti queimá
Aqui a cumida tá pronta
Num vou deixar isfriá.
Adeus até ôtru dia
As porta está aberta
Da próxima, traga Maria
Qui Dasdoris tem cunversa.
Agora, eu vô me indu
A hora já tá chegada
No cavalu vô subinu
Suminu na poeirada.
A taipa é casa de pobri
Quem se achega, é bem vindu
É tratado como um nobri
Pra sua, volta sorrindu.
Biagio Grisi Artesão
domingo, 11 de dezembro de 2016
A BARRACA DO CORDEL
A barraca do cordel
Faz gosto a gente ver
Tem cordel de todo tipo
Se o freguês quiser ler.
Esta miniatura
Feita com todo amor
Resgata, a nossa cultura
Dos tempo do meu avô.
Escolhi dentre os poetas
E neste caboclo, insisto
Quero homenagear
O poeta Beto Brito.
Treze cordéis numa caixa
Feitos com todo zelo
Do prefeito analfabeto
Ao fiado e a dinhero.
P.S. A peça acima foi projetada e construída por mim.
sábado, 10 de dezembro de 2016
ARMAZÉM SERTANEJO
O armazém de mangaio
Tem de tudo pra vender
A gente ver pendurado
Macaca de se bater,
Bornal, chapéu de vaqueiro,
Espora, sela, gibão,
Cia, relho, cartucheira,
Rabicho, rabichola
E chapéu de lampião.
Na prateleira baixinha
A pele de bode cheira.
Tem sandália, lamparina,
Barril, pra cachaça brejeira.
E continua o sortimento
Faca, peixeira, facão
Espingarda sovaqueira,
Perto de um pilão.
Agora vamos pro chão.
Um baú pra começar.
Ancoreta, balde, caneco
E cangalha pra montar.
Vigi! é tanta coisa
Que dar gosto de se ver
Termino, com os par de bota
Tudinho, é pra vender.
Biagio Grisi Artesão
P.S. A peça acima foi idealizada e construída por mim.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
NO CEARÁ
De Felipe, Ivanildo e Damião
Só havia alarido
Se chagasse Lampião.
Cícero, o padre coiteiro
Amigo de Virgulino
Tinha força no governo
Lampião logo subindo.
O Padre Cícero levou
Lampião à capitão
Para comandar o Nordeste
Com rifle e mosquetão.
Agora tinha outra coisa
Que o padre fazia bem
Milagres de ver com a vista
Feitos os de Jerusalém.
Quem acreditava, espalhava
O padre ficou conhecido
O povo se ajuntava
Pra ver o padre bendito.
O meu padim pade ciço
Não foi elevado à santo
Mas, a estátua está lá
Quem vê, se acaba em pranto.
Biagio Grisi Artesão
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
TAMBÔ LASCADO
O tambô de butá leiti
No mei du tempu ficô
Tumô chuva, sol e ventu
Qui o fundu dispregô.
O tambô di butá leiti
Leiti da vaca fulô
Agora num presta mai
Já qui o fundo se lascô.
O tambô de butá leiti
Cinquenta litru levô
Agora só leva ventu
Poi sem o fundo ficô.
O tambô di butá leiti
Na menti fica guardadu
Nunca pingô um pingu
Agora tambô lascadu
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
SIMPLESMENTE CAMPINA
Campina da minha infância
E também dos meus amores
Dos amigos e doutores
Que nesta terra nasceram.
Campina e seus coqueiros
Entre centro e São José
Da rua Manoel Pereira
Repleta de cabaré.
Campina das madrugadas
De serenatas esquecida
Das vozes que povoavam a vida
E dos poetas em ação.
Campina e suas boates
Skina e dois mil e dois
Primeiro a dois mil e um
A segunda veio depois.
Maria Fumaça em fogo
Com casais enternecidos
Dançando em alaridos
Esperando o sol raiar.
Campina de Ronaldo, Asfora
E Damião, de Joel lá do teatro
Da família Capozzoli, do cinema
em ascensão.
Campina mãe dos tropeiros
Dos índios e algodoeiros
Que neste açude passavam
Pra beber e se banhar.
Campina, sempre és bela
De azul ou amarela
Tenho orgulho em morar.
Biagio Grisi Artesão
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